15 de maio de 2013




Ainda não tive oportunidade de conhecer pessoalmente o biker José Adal, mas achei o depoimento dele, divulgado na Revista Bicicleta (fonte do texto), bem legal e pedi autorização para divulgá-lo na coluna Gente que Pedala.

Conforme ele me disse e também considero o propósito desta coluna, se for para incentivar mais pessoas a pedalarem, pode publicar!

Espero que gostem de mais esta história Show de Bike!

CicloAbraços, Biker


Vamos pedalar, amigo?

A Bike é um veículo de transporte - Ora, isto eu já sei! Quero dizer outra coisa. Ela é também um veículo de comunicação. Sobre ela não se faz só exercício corporal, há o linguístico: falar, cumprimentar e perguntar. Que exercício para a língua! E como a gente vai mais longe conversando!


Meu apelido para alguns colegas é Seu Zé fecha farmácia - não compro mais remédios.

Foi assim, batendo papo com o conhecido Dunga, que entrei em contato com o Mountain bike. Precisava ver o entusiasmo dele pelas pedaladas. Não tive dúvida; caí dentro. É bem verdade que quase morri no primeiro passeio de 30 km, mas sobrevivi e não parei mais de pedalar. Dunga me prometeu levar por cem trilhas diferentes. Resultado: fiquei 20 kg mais magro, ganhei uma boa musculatura e minha pressão normalizou. Meu apelido para alguns colegas é “seu Zé fecha farmácia” - não compro mais remédios para mim.



Fiquei mais magro 20 kg, ganhei uma boa musculatura e minha pressão normalizou.

Ah! Sim, já andei toda a centena de trilhas e quanta coisa aprendi conversando com o Dunga, tanto sobre as técnicas do ciclismo como a respeito de botânica; ele é um profundo conhecedor das plantas. Ouvindo as explicações em pleno campo e enquanto pedalava, acabei adquirindo mais respeito pela ecologia. A bike é mesmo mágica.

Mas, como dizia, pedalar exercitando a língua é ótimo. Sobre a magrela me sinto tão feliz que vou cumprimentando todo mundo no caminho. Todo mundo mesmo! Um jovem que me acompanha me imita brincando: “Oi, cavalinho bonito! Para aí, cachorro bonito!” É mesmo, falo com a natureza e com meus irmãos humanos.





A bike faz dessas coisas - junta as pessoas, cria amizades duradouras.

E foi assim que conheci João Bosco. Num passeio a um quilombo ultrapassava um ciclista desconhecido quando botei minha língua pra funcionar: “Ei companheiro, vamos com a gente!” E ele foi! Nós conversando, e o tempo e a estrada passando sem a gente ver. Não deu outra, ficamos amigos. A bike faz dessas coisas - junta as pessoas, cria amizades duradouras.

Trocando ideias enquanto os pés movem o pedal me lembra outra coisa incrível. Íamos, eu e João, no ti-ti-ti por um caminho com uma subida bem inclinada, onde tem que se fazer bastante força no pedal e até pedalar em pé - no meu caso, bufando. E não foi que nós, no conversê, nem notamos a tal subida? Lá na frente me dei conta: “João, cadê a subida do Peixe?




É assim. Andar de bike é um excelente exercício, mas com amigos ela se torna prazerosa e edificante. Nós três (José Adal, João Bosco e Dunga, ) temos praticamente a mesma idade, nascemos antes da metade do século passado, em 1944. Gostamos quando ouvimos um jovem, conosco na trilha, comentar: “Vocês são um exemplo pra gente!” E não é pra ser?! Quando pedalamos juntos são quase 200 anos em cima das bicicletas! Não cansamos - nem de pedalar, nem de conversar – e, enquanto isto, multiplicamos os amigos e conhecidos!

Então, só me resta usar a língua e perguntar: “Vamos pedalar, amigo?

José Adal Souza, faz parte do Clube Adventure de Bike & Trekking de Volta Redonda – RJ

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