28 de março de 2014

Aos 30 anos, você tem uma depressãozinha, uma tristeza meio persistente: prescreve-se FLUOXETINA.

A Fluoxetina dificulta seu... sono. Então, prescreve-se CLONAZEPAM, o Rivotril da vida. O Clonazepam o deixa meio bobo ao acordar e reduz sua memória. Volta ao doutor.

Ele nota que você aumentou de peso. Aí, prescreve SIBUTRAMINA.

A Sibutramina o faz perder uns quilinhos, mas lhe dá uma taquicardia incômoda. Novo retorno ao doutor. Além da taquicardia, ele nota que você, além da “batedeira” no coração, também está com a pressão alta. Então, prescreve-lhe LOSARTANA e ATENOLOL, este último para reduzir sua taquicardia.

Você já está com 35 anos e toma: Fluoxetina, Clonazepam, Sibutramina, Losartana e Atenolol. E, aparentemente adequado, um “polivitamínicos” é prescrito. Como o doutor não entende nada de vitaminas e minerais, manda que você compre um “Polivitamínico de A a Z” da vida, que pra muito pouca coisa serve. Mas, na mídia, Luciano Huck disse que esse é ótimo. Você acreditou, e comprou. Lamento!


Já se vão R$ 350,00 por mês. Pode pesar no orçamento. O dinheiro a ser gasto em investimentos e lazer, escorre para o ralo da indústria farmacêutica. Você começa a ficar nervoso, preocupado e ansioso (apesar da Fluoxetina e do Clonazepam), pois as contas não batem no fim do mês. Começa a sentir dor de estômago e azia. Seu intestino fica “preso”. Vai a outro doutor. Prescrição: OMEPRAZOL + DOMPERIDONA + LAXANTE “NATURAL”.
Os sintomas somem, mas só os sintomas, apesar da “escangalhação” que virou sua flora intestinal. Outras queixas aparecem. Dentre elas, uma é particularmente perturbadora: aos 37 anos, apenas, você não tem mais potência sexual. Além de estar “brochando” com frequência, tem pouquíssimo esperma e a libido está embaixo dos pés.

Para o doutor da medicina da doença, isso não é problema. Até manda você escolher o remédio: SILDANAFIL, TADALAFIL, LODENAFIL ou VARDENAFIL, escolha por pim-pam-pum. Sua potência melhora, mas, como consequência, esses remédios dão uma tremenda dor de cabeça, palpitação, vermelhidão e coriza. Não há problema, o doutor aumenta a dose do ATENOLOL e passa uma NEOSALDINA para você tomar antes do sexo. Se precisar, instila um “remedinho” para seu corrimento nasal, que sobrecarrega seu coração.

Quando tudo parecia solucionado, aos 40 anos, você percebe que seus dentes estão apodrecendo e caindo (entre nós, é o antidepressivo). Tome grana pra gastar com o dentista. Nessa mesma época, outra constatação: sua memória está falhando bem mais que o habitual. Mais uma vez, para seu doutor, isso não é problema: GINKGO BILOBA é prescrito.

Nos exames de rotina, sua glicose está em 110 e seu colesterol em 220. Nas costas da folha de receituário, o doutor prescreve METFORMINA + SINVASTATINA. “É para evitar Diabetes e Infarto”, diz o cuidador de sua saúde(?!).

Deste remédio acima você deve abusar!

Aos 40 e poucos anos, você já toma: FLUOXETINA, CLONAZEPAM, LOSARTANA, ATENOLOL, POLIVITAMÍNICO de A a Z, OMEPRAZOL, DOMPERIDONA, LAXANTE “NATURAL”, SILDENAFIL, VARDENAFIL, LODENAFIL ou TADALAFIL, NEOSALDINA (ou “Neusa”, como chamam), GINKGO BILOBA, METFORMINA e SINVASTATINA (convenhamos, isso está muito longe de ser saudável!). Mil reais por mês! E sem saúde!!!

Entretanto, você ainda continua deprimido, cansado e engordando. O doutor, de novo. Troca a Fluoxetina por DULOXETINA, um antidepressivo “mais moderno”. Após dois meses você se sente melhor (ou um pouco “menos ruim”). Porém, outro contratempo surge: o novo antidepressivo o faz urinar demoradamente e com jato fraco. Passa a ser necessário levantar duas vezes à noite para mijar. Lá se foi seu sono, seu descanso extremamente necessário para sua saúde. Mas isso é fácil para seu doutor: ele prescreve TANSULOSINA, para ajudar na micção, o ato de urinar. Você melhora, realmente, contudo... não ejacula mais. Não sai nada!

Vou parar por aqui. É deprimente. Isso não é medicina. Isso não é saúde.

Essa história termina com uma situação cada vez mais comum: a DERROCADA EM BLOCO da sua saúde. Você está obeso, sem disposição, com sofrível ereção e memória e concentração deficientes. Diabético, hipertenso e com suspeita de câncer. Dentes: nem vou falar. O peso elevado arrebentou seu joelho (um doutor cogitou até colocar uma prótese). Surge na sua cabeça a ideia maluca de procurar um CIRURGIÃO BARIÁTRICO, para “reduzir seu estômago” e um PSICOTERAPEUTA para cuidar de seu juízo destrambelhado é aconselhado.

Sem grana, triste, ansioso, deprimido, pensando em dar fim à sua minguada vida e... DOENTE, muito doente! Apesar dos “remédios” (ou por causa deles!!).

A indústria farmacêutica? “Vai bem, obrigado!”, mais ainda com sua valiosa contribuição por anos ou décadas. E o seu doutor? “Bem, obrigado!”, graças à sua doença (ou à doença plantada passo-a-passo em sua vida).

Fonte: Carlos Bayma, Médico

21 de março de 2014

O Kinesiotape ou Fisiotaping tem apresentado um grande impacto na reabilitação e medicina desportiva nos últimos anos. Foi a técnica terapêutica mais utilizada nos jogos olímpicos de Pequim 2008 e Londres 2012. 

Desenvolvido pelo Dr. Kenzo Kase, que descobriu que a dor muitas vezes resulta de uma disfunção no músculo e tecidos que rodeiam uma articulação.

O estudo teve origem na cinesiologia (estudo do movimento humano), e permite aos músculos ou outras estruturas do corpo humano, um movimento assistido, favorecendo a recuperação da normalidade dos tecidos. Está indicado para o tratamento de distúrbios musculares e redução de edema (inchaço). 


O esparadrapo terapêutico é elástico, feito com tecido 100% de algodão, é à prova d'água, não contém látex e permite que a pele respire sem obstrução. Possibilita ainda o movimento normal do corpo e dura de três a cinco dias na pele depois de aplicado. O K tape pode promover uma melhor estabilidade articular e favorece a contração muscular. A fita não contém nenhum medicamento.

A kinesio taping funciona tanto na prevenção de lesões para quem se exercita com frequência quanto no tratamento de lesões. Na forma como ela é colocada, o profissional direciona a tensão da fita, jogando a força na região da musculatura necessária.

A bandagem terapêutica não é um tratamento curativo de lesões e sim uma terapia alternativa para alívio de dor, serve como uma complementação de tratamento auxiliando muitas pessoas em tratamento a não precisarem interromper a atividade física.



Como funciona ?


Nos casos de dor, quando um músculo está inflamado, o espaço entre a pele e o músculo é comprimido, resultando de uma má drenagem linfática. Esta compressão estimula os receptores nervosos do corpo, dando origem à dor.

Durante a aplicação na zona afetada a pele é estirada, as rugas feitas pela KT são essenciais para a efetividade do método. Este descolar da pele aumenta o espaço subcutâneo, permitindo uma melhor drenagem linfática e circulação sanguínea. É importante ressaltar que a efetividade e eficácia do kinesiotaping dependem da técnica de aplicação, do tipo de material, do tempo de utilização e do tipo de prática esportiva. É necessário conhecer o mecanismo que causou a lesão e as estruturas envolvidas no movimento que o terapeuta quer evitar, facilitar ou potencializar. Fisioterapeutas ou terapeutas manuais habilitados são as pessoas mais indicadas para avaliar a vantagens e indicações do método para cada caso.



Estudos recentes

Em fevereiro de 2012 foi publicado na revista “Sport Medicine” um ensaio clínico controlado e aleatório avaliando 97 estudos científicos sobre o KT. Nesta revisão apenas dois trabalhos investigaram as lesões relativas ao esporte com resultados inconclusivos. Destaque para sete estudos que apontaram bons resultados no pico de força dos músculos quadríceps e isquiotibiais (anterior e posterior da coxa respectivamente). O KT mostrou substancial efeito na atividade muscular.


Principais aplicações da bandagem terapêutica


Tendinites 
. Subluxação
. Cervicalgia
. Lombalgia
. Torcicolo
. Correção postural
. Síndrome do túnel do carpo
. Bursite
. Joanete
. Tensão muscular
. Bruxismo
. Fraqueza muscular
. Entorses
. Instabilidade femuro-patelar
. Lesões por esforços repetitivos




Referências:

Williams, S; Whatman, C; Hume, PA; et al. Kinesio taping in treatment and prevention of sports  injuries: a meta-analysis of the evidence for its effectiveness. Sports Med. 2012;42(2):153-64.


. Autor:  Régis Luciano R. Santos
. Fone:  (48) 3269-5012
. Email: regislrs@hotmail.com
. Site:   www.santaclaramt.com.br

14 de março de 2014

Quando você conduz sua bicicleta, seu corpo está em estado dinâmico. Você nunca conta com um músculo ou um único  grupo muscular. Seu corpo trabalha como um sistema coordenado. Embora seja importante treinar cada músculo isoladamente, é fundamental que você treine diversos grupos musculares em harmonia.

Os exercícios globais ajudam a treiná-lo para esse esforço combinado e o prepara para os agentes adversos do percurso.  Para usufruir de um benefício dessa modalidade de treinamento e perceber um ganho no desempenho ao correr na bicicleta, você deve ter em mente que a base do trabalho é o que nós costumamos chamar de CORE (ou núcleo, centro), que corresponde anatomicamente aos músculos da região abdominal, laterais, lombar e assoalho pélvico. 

Músculos CORE
Desenvolvendo resistência, força, flexibilidade e principalmente consciência corporal nessa região através de um treinamento orientado você poderá sentir uma melhor eficiência na transferência de força para os pedais.  Muito provavelmente sua fadiga após os treinos diminua assim como a frequência de dores e lesões decorrentes da prática esportiva. Frequentemente as lesões desportivas do ciclismo têm relação com posturas inadequadas, ineficiência de um ou outro grupo muscular. 

No trabalho global procuramos trabalhar exercícios que envolvem  “o todo” do atleta e não somente aquilo que ele percebe como mais fraco ou dolorido durante as pedaladas. Quando for realizar essa ou qualquer outra modalidade de exercício, priorize movimentos suaves de força constante. Não se movimente aos trancos, nem trapaceie com uso excessivo de seus grupos musculares mais fortes. Mantenha os movimentos uniformes e firmes, pois os dois lados do seu corpo trabalham juntos pra levar a bicicleta adiante. Um lado traciona o pedal enquanto o outro impulsiona. Esse esforço combinado mantém a tração potente na corrente e roda traseira. Embora a força transmitida aos pedais varie a cada rotação do pedivela, seu objetivo deve ser diminuir essa variação.

Lembre-se de sempre aquecer antes de iniciar sua prática esportiva, seja ela treinamento de força ou a pedalada propriamente dita.  Publicações recentes têm demonstrado que o aquecimento antes das atividades esportivas é mais importante até que o alongamento, mas falaremos sobre esse tema nas próximas publicações.

. Autor:  Régis Luciano R. Santos
. Fone:  (48) 3269-5012
. Email: regislrs@hotmail.com
. Site:   www.santaclaramt.com.br

11 de março de 2014

Biker Regis à esquerda
Se perguntarmos para cada um dos 720 participantes do 4° Desafio serra do Rio do Rastro, “como foi a prova?” Provavelmente teríamos o mesmo número de relatos singulares. Acredito que por mais ou menos treinado que um atleta/participante deste evento esteja ele nunca será igual ou terá sentido as mesmas sensações que o outro. 

Os números e resultados da linha de chegada são iguais muitas vezes, mas o grau de fadiga física e mental muda de ciclista pra ciclista. Distante de querer buscar explicações científicas sobre a performance dos demais neste evento, minha intensão com este relato é passar um pouco das minhas observações para que sirva talvez de incentivo para futuros atletas, sejam eles amadores (meu caso) ou profissionais. 

Alinhados na largada
O ciclismo amador têm mudado minha vida de maneira significativa: participo de provas amadoras de MTB Marathon há menos de 1 ano e esta foi minha 6° participação. O grau de nervosismo e ansiedade diminuiu a cada prova que fiz, é como se você fosse se acostumando com aquela multidão na largada, muitos  extremamente bem equipados com equipes e equipamentos de ponta e outros que estão sempre estreando seu desafio pessoal. 

Assim que eu e o Germano Ferrari, amigo e companheiro de pedal, chegamos em Lauro Muller vimos que não teríamos tempo suficiente de deixar o carro no alto da serra para nos locomovermos de volta até a cidade, alí percebemos que a volta poderia ser ruim, e foi. Mas vamos falar da prova inicialmente. O evento foi no geral, organizado mas com algumas falhas. 

Começando pelas camisetas de ciclismo prometidas e não entregues a tempo aos inscritos, a estrutura no momento da chegada se comparada aos outros eventos locais poderia ser melhor, sugestão para o próximo anos. Não vi nenhum tipo de incidente que comprometesse a segurança das pessoas envolvidas. Parabéns pra organização da prova por deixar o trânsito praticamente restrito aos ciclistas, muitos turistas que passavam pela serra talvez possam ter se incomodado de esperar, mas é para o bem do esporte e consequentemente um incentivo à saúde da população na minha opinião. Se bem que no dia da prova poucos poderiam desfrutar das belas imagens da serra, pois em Lauro Muller a chuva com trovoadas e neblina na altitude iniciou próximo das 14hrs e só deu uma trégua no momento da largada (feminino 15:30, MTB 5min após e speed após 15min). 

Início da Prova
Minutos antes da largada um estouro do pneu da bike de algum incauto chamou a atenção. Estava me sentindo tranquilo, conversando com o colega que estava junto na futura empreitada de subir até os 1400m de altitude dentro de 24 km de distância. A grande maioria das bikes, mesmo na categoria MTB estavam com pneus slick (liso) e isso deve fazer uma diferença grande, não posso falar pois estávamos despreparados nesse quesito para o evento pois tanto a minha bike como a do amigo Germano possuía pneu normal pra MTB. 

Não sabíamos o que iríamos encontrar na prática, apenas na teoria, pois li um relato do amigo ciclista e blogger Audálio, que me preveniu sobre o frio e os últimos 4km da prova que segundo o próprio, “cada km equivale a 4km”.  Assim que largamos nos deparamos com subidas leves, pequenas descidas e novamente subidas longas e não muito íngremes. Detalhe para a comunidade local participando, fotografando e incentivando quem passava por ali. 

Subindo a Serra
Fui pedalando em um ritmo confortável sem querer acompanhar pelotão ou disparar na frente de alguém, a verdade e que acompanhei meu amigo até a metade da prova com uma média de 19km/h e sem muito desgaste, pois meu receio era de faltar energia pro final. Quando as curvas começaram a ganhar inclinação (km 16) e após a passagem do pessoal das “speed” por mim é que a prova realmente começou. Todos em volta pedalando forte, a chuva retornou com força, atletas ofegantes, outros parando, pneu furado e apesar da chuva e frio que fazia, o clima da competição era quente. 

Competidores de Bike Tandem - Piloto e Deficiente Visual
Dois momentos que me marcaram emocionalmente na prova foi quando um ciclista portador de necessidades especiais da categoria tandem (acredito que deficiente visual e que pedalava em dupla), percebendo minha respiração ofegante largou palavras de apoio como “não para, não para”. Outro momento foi quando no auge do meu desgaste físico o tempo deu uma abertura expondo parcialmente a serra, o cânion e o paredão que estava pela frente. Me senti pequeno diante daquele cenário mas ao mesmo tempo aquilo tudo me deu uma energia que foi convertida em pedaladas no mesmo momento. 


Paredão à frente
Dificilmente o tempo irá apagar esse fato, realmente compreendi porque estava “sofrendo” numa uma prova tão dura como essa. Depois dessa abertura breve, voltou a chover forte, água escorrendo pelo asfalto o que não atrapalhava muito nem se tornara demasiado frio. 

O último km da prova é quase horizontal comparado com o restante e senti um grande alívio quando ouvi o locutor de prova falando no microfone, a sensação de prazer na chegada é única (demorei 1h e 53min para concluir). Recebi medalha de participação, tentei encontrar alguém conhecido em meio a neblina e frio e sorte que eu havia carregado um agasalho que amarrei na cintura até lá. Todo ensopado mas feliz, encontrei meus amigos e ali começou outro sofrimento, este desnecessário. 

Fim de prova!
O frio continuou e nosso carro estava lá em baixo. Um amigo de meus amigos que conheci no dia da prova retornou de carona até Lauro Muller e nos resgatou após uma duas hrs no transito reprimido pela prova gerando uma lentidão para descer. Conseguimos esperar tomando uma cafezinho após os estabelecimentos esvaziarem e com pouco menos frio aguardamos nossa carona. 

Próximo das 21hrs estávamos em Lauro Muller, todos satisfeitos pela proeza. Espero repetir a dose ano que vem só que sem chuva e frio, recomendo à todos a experiência, pois na minha opinião “sofrer em grupo é até divertido”. 

Abraço!! 

Régis Luciano Rocha Santos

Fotos da Sul In Focus - Clique aqui para ver todas do evento. 

    Translate